A "naturalidade" do mito da carne


A percepção que as sociedades têm em relação aos animais e sobre a sua inclusão, ou não inclusão, na alimentação não pode ser considerada meramente "natural", assim como não pode ser desassociada de um conjunto de convenções de códigos, crenças e práticas culturais.

Existem diversas formas de representar os animais da agropecuária, todas apresentam uma acção que se fecha com um happy end: os animais podem ser representados como estando sorridentes, como se insinuassem estar contentes por irem parar ao prato do consumidor.

Democratizou-se o consumo de animais mas, por outro lado, não se têm associado ao seu consumo todos os vestígios penosos que intermedeiam o processo que se inicia desde o seu nascimento até ao momento que se vêem no frigorífico do super-mercado as embalagens com alguns dos seus restos mortais. Por defeito, inerente à própria publicidade, há uma alienação do consumidor em relação à concepção destes produtos de origem animal, criados pela indústria agropecuária: não se dão a conhecer as motivações do produtor; não se dão a conhecer as consequências negativas do consumo de animais no organismo humano; não se dão a conhecer os reais processos de produção de animais (uso de ração, vacinação, adições químicas, etc.); não se fazem constar na publicidade quaisquer vestígios do sofrimento animal; não se quantificam nem se mencionam os impactos da indústria no meio ambiente.

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