Vegans Contra Prato de Peixe

...E Aqui.
A Espiral é um Centro de Divulgação de Alternativas (no plural). Procura, na sua área de actividade, incentivar atitudes, práticas, perspectivas que de algum modo resistam à normalização cultural e ao pensamento único e face a eles progridam. Pretende ser um local de debate e esclarecimento entre essas perspectivas, não o quartel-general de uma delas pela exclusão das outras. Impedir de sentar à nossa mesa quem de nós discorda não contribui em nada para o pretendido debate, antes pelo contrário, conduz ao autismo sectário típico das concepções dominantes que procuramos questionar.
A alternativa Vegan não nos merece nem mais nem menos respeito que outras, como a alternativa Macrobiótica. E, para mais, a fantasia da parte de alguns veganistas em «converter» a Espiral à sua perspectiva pode existir hoje apenas porque, há mais de vinte anos, a Espiral ignorou uma fantasia semelhante por parte de alguns macrobióticos e se manteve o espaço aberto que é.



Comments:
Esses vegans é que são um prato.
Conheço um que se recusa a tratar de uma ténia que está a dar cabo dele, já que para isso teria de matar o pobre bichinho!
É curioso como o protesto começa pelo peixe, mas lendo o texto vemos que, se a Espiral fosse na conversa, em breve seria um restaurante fechado ao público e... só para a tribo vegan.
Tenho uma curiosidade que talvez possa ser respondida: Houve muita adesão ao protesto?
José Pedro Paiva
 
Vivo na Serra do Açor, com outras pessoas: Dois rapazes, dois cães, três gatos, uma cabra, seis galinhas, dois enxames de abelhas. Todos nos pertencemos e interdependemos. Abrigo as galinhas e protejo-as de predadores, elas sabem-no e cantam quando tem ovos para me dar. A cabra bale quando está cheia de leite e é a mim que procura para que lho tire, não outra pessoa, humana ou não. Podem pensar que as abelhas passariam bem sem mim a roubar-lhes mel, mas não foi isso que elas me mostraram o Verão passado, quando em pleno fogo florestal atravessei , com as mãos nuas e cara destapada, o fumo e os enxames aflitos para levar as colmeias para local seguro, e as abelhas se me colaram à roupa e à pele sem uma única picada, como se soubessem que eu era o transporte salvador.
Todos somos generosos, todos somos carentes, todos damos e recebemos, sejamos humanos ou não. Nenhum de nós se considera à parte nessa permuta.
Pelos visto os Vegans consideram-se à parte e acima do Reino Animal, ao pretenderem que apenas os humanos têm capacidade de sentir prazer em dar presentes a quem amam, enquanto que uma pessoa não humana (um «simples» animal) estaria impossibilitada de sentir esse prazer, e por isso só pelo sofrimento daria seja o que for, seja leite, seja ovos, seja mel.
Ou será que, simplesmente, eles é que são incapazes de dar sem sofrimento e imaginam as restantes pessoas, humanas e não, à sua imagem e semelhança?
Sejam eles antropocêntricos ou antropomórficos, uma coisa é certa: Estão tão longe do entendimento directo dos Animais cujos direitos julgam defender!!
 
Acho triste as pessoas pensarem que um restaurante vegetariano/maqcrobiótico que comercialize pratos de peixe se possa considerar mais avançado do que uma tasca que venda umas febras com batatas fritas e ovo a cavalo. De facto, tal como dizia Pitágoras, "nós somos o que comemos", mas também o que vendemos e o que promovemos. Definitivamente, a venda de pratos de carne/peixe nunca se poderá coadunar com o vegetarianismo ou o veganismo, dado que a primeira forma de aprendizagem é sempre o exemplo e, sem dúvida que a Espiral ao manter pratos de peixe, ovos e afins de origem animal não promove esse exemplo e não ajuda as pessoas a atingirem uma melhor saúde ou até a respeitarem os seres sencientes que acabam por ser cozinhados e comidos. Em relação à exploração de animais domesticados, penso que é óbvio que só os mantemos junto de nós, porque daí retiramos vantagens alimentares, pois no seu estado selvagem uma vaca nunca pediria para ser ordenhada ou as abelhas nos doariam o seu alimento-base como prenda de Natal!! Quem não vê isso, é porque ainda tem muito para ler, muito para ver e muito para viver. Cada um sabe do seu caminho, mas não tentem subvalorizar os que reconhecendo a dor e sofrimento animal, optam por prescindir dos produtos de origem animal e desta forma, poupar os animais, o ambiente e a nossa própria saúde.
Aconselho a que visitem os seguintes links:
www.vegansociety.com
http://galaxia-alfa.com/vegan
http://www.animalactivist.com/vegetarian.asp

Paz para todos os seres do universo,

jp_vegan.forever
 
INDÚSTRIA DA CARNE E PEIXE - Água insuficiente para manter actual dieta ocidental


[ Para mais informações verificar www.infonature.org ]


No Público de 16 de Agosto

Nesta notícia, o jornal refere que na véspera o Instituto Internacional
da Água da Suécia (SIWI) declarara, durante uma conferência sobre a água
por ele organizada em Estocolmo, que o crescimento actual da procura de
carne e lacticínios é insustentável. Por isso, o mundo terá que alterar
os seus padrões de consumo se quiser ter alguma esperança de se poder
alimentar. Segundo o director do SIWI, Anders Berntell, será quase
impossível alimentar as futuras gerações com a mesma dieta que temos
agora na Europa Ocidental e nos EUA. É que os animais necessitam de
muito mais água do que os cereais para produzir a mesma quantidade de
alimentos, e será precisa ainda mais água para acabar com a subnutrição.
Dados divulgados na conferência indicam que um quilo de carne de vaca
alimentada com cereais requer 15 metros cúbicos de água.

A notícia não explicita o que é sustentável. Mas deduz-se que teria que
passar pelo consumo directo dos cereais para a alimentação humana,
tornando-se a carne/leite algo de periférico ou pelo menos secundário na
dieta habitual.

Eis um tema poucas vezes abordado nas Agenda 21 e nas intervenções sobre
sustentabilidade... como se a alimentação e a agricultura/pecuária não
fossem, juntamente com a energia, o alfa e ómega da sustentabilidade!

Isto também lança uma nova luz sobre os debates relativos ao consumo de
água para fins de diversão, desporto e turismo. Será moralmente lícito
fazer grandes consumos de água nessas actividades quando ela é já um
problema para a alimentação humana? Obviamente as respostas variam
conforme a visão pessoal de cada um sobre o papel da ética na conduta
individual e social com implicações ambientais.


[ Para mais informações verificar www.infonature.org ]
 
Reparem como, realmente, os vegans se consideram acima dos seus semelhantes: Eles são os esclarecidos, os outros são ignorantes que muito precisam de ler e aprender.
Os gatos e os cães no seu «estado natural» também não procurariam a proximidade de humanos. Isso implica que teremos de prescindir no seu convívio? (Um vegan está interdito de ter gatos e cães? ) Se eu em vez de me afeiçoar a gatos ou cães me afeiçoar a galinhas, comendo alguns dos seus ovos estou a fazer sofrer as galinhas? Ah, se os vegans em vez de olharem só para os sites do «partido» olhassem os meus galináceos e sentissem a saúde e o bem-estar que deles emanam...

Luis Oliveira
 
Para que conste, a extracção de mel não tem que ser expoliante como acima é dita: Na moderna bio-apicultura é sempre deixado na colmeia mel mais que suficiente para as necessidades das abelhas. Isto porque as abelhas melíferas actuais produzem cerca de doze vezes mais mel que as suas antepassadas selvagens.
Podemos questionar este apuramento de estirpes durante milénios de apicultura, mas ele foi feito e não podemos fingir que não. Quando não retiramos o mel de uma colmeia, as abelhas não voltarão ao estado selvagem por causa disso; antes continuam a produzir até entupir de tal maneira com mel as areações da colmeia que a tornam insalubre e morrem. Será essa a opção vegan, condenar à morte os animais não-selvagens?

Pedro Monteiro, Apicultor.
 
Alguém duvida que os animais têm sentimentos?
Selvagens ou não, os animais têm sentimentos. Selvagens ou não, os animais partilham o alimento com os seus semelhantes por quem nutrem laços afectivos. Um gato selvagem partilha-o com os filhotes e companheiros, o meu gato “doméstico” também, só que me inclui entre os seus companheiros. É raro o dia em que um deles não venha depositar a meus pés um ratito ensanguentado acabado de caçar na eira. Rejeito a oferta, claro, diplomaticamente, para não lhes ferir susceptibilidades, agradecendo-lhe muito sorridente, disfarçando o nojo ao fingir que guardo o presente quando o deito fora.
Deveria fazer o mesmo com a cabra Xerusa? Ela vem balir cheia de leite até mim, e eu deveria deixá-la ali de úberes doridos? Deveria ordenhá-la apenas para a aliviar e depois deitar disfarçadamente o leite fora? Ao menos... poderia dá-lo aos gatos? Ou deveria antes ralhar com ela, chamar-lhe desnaturada, já que uma cabra selvagem que se preze nunca daria leite a um humano? Deveria antes expulsá-la de minha casa, largá-la no alto da serra a ver se reencontrava a selvageria perdida e passava a aleitar apenas quando tinha crias, como as suas antepassadas? Sabem o que ela me diria se o tentasse? Diria: “Que importa que eu seja cabra e tu humana se gostamos uma da outra? E qual o problema de não ser selvagem? Se tu tens o direito de não ser selvagem, porque não hei de tê-lo também?”
E eu, que me considero sua igual em direitos, pensaria: “Tens razão, Xerusa... o que terá contra ti o Sr. J.P.Santos para recusar os teus presentes?”
Eugénia Prado
 
São tão pacóvias as piadas ao veganismo que por aqui ainda aparecem! Não se falava de veganismo e já eu era vegan, há mais de quinze anos que rejeito produtos animais.
Contudo, quer o meu marido quer o meu filho fazem uma alimentação dita normal, embora equilibrada, a minha filha às vezes partilha da minha opção outras vezes não, e nunca tivemos qualquer problema em partilhar a mesma mesa.
Tenho pena que não exista em Lisboa um restaurante exclusivamente vegan, gostaria de ajudar no possível para a formação de um.
Mas não me passaria pela cabeça pretender que a Espiral, que é uma referência no campo da alimentação alternativa, que foi berço, infantário e escola de diversos grupos e pessoas na ecologia, na medicina alternativa, nas filosofias orientais, etc, acabasse tal como a conhecemos para se tornar nesse tal restaurante vegan.
É curioso como quem acha que a Espiral não é mais evoluída que qualquer tasca continue a convocar as suas confraternizações quinzenais vegans para a Espiral... Leiam Freud, meninos: É tão só a fase adolescente de querer “matar o pai” para “casar com a mãe”!
O exemplo mais credível é sempre o nosso próprio; Se não temos curriculum para nos apresentarmos como exemplo, há que construir esse curriculum em vez de pretendermos apropriar-nos do curriculum alheio!
luisacortereal@portugalmail.pt
 
Caros amigos,

Muito se tem falado por aqui de mim e do veganismo, mas infelizmente só de boca cheia....pois tal como os caçadores se dizem amigos dos seus cães (e os usam e abusam para efeitos lúdicos e os abandonam nos campos) ou os toureiros dos touros (que até dizem proporcionar aos seus touros uma vida de rei).
Penso que antes de responderem tolices, deveriam ler o que eu já li em inúmeros livros, sites e vislumbrei em filmes. Com sugestão para saberem do que falo e poderem opinar com um mínimo de razão, dêem-se ao trabalho de ler estes sites sobre os mais diversos temas que abordam a questão animal.....depois, sim...apareçam por cá e contraponham a vossa tese

http://galaxia-alfa.com/vegan/ (em português)

www.vegansociety.com (em inglês)

E por favor, não sejam arrogantes ao ponto dos caçadores e toureiros, que por lidarem com animais diariamente, se julgam detentores de um conhecimento soberano.
jp
 
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EXTREMA TORTURA ANIMAL:
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Este POST é dedicado para todas as pessoas que não fazem ideia de como os animais são tratados para efeitos de exploração de sua carne e outros afins.

Através deste link podem ver a tortura em vários niveis que é usada nos animais:

http://www.petatv.com/veg.html + http://www.petatv.com



Aqui podem ter uma excelente ideia da péssima "qualidade" de "vida" que os animais têm ao serem torturados desde que nascem até morrerem, e da péssima qualidade da carne que é vendida como resultado final (atenção, o video é muito forte):

http://www.petatv.com/tvpopup/Prefs.asp?video=mym2002


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Para mais informações sobre o Vegetarianismo, é favor ler:

http://infonature.org/portugal/pt-vegetarianismo.htm
+
http://infonature.org
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Este pequeno forum é assaz ilustrativo da maneira “à portuguesa” de discutir um problema: Cada interlocutor finge ignorar o fundamento essencial do adversário para “disparar” sobre o acessório.
Os veganistas, cheios de razão quanto à exploração a que os humanos duma maneira geral sujeitam os outros animais, fazem de conta que não existe nem pode existir o relacionamento inter-espécies simbiótico não explorador mais que evidente para todos os que lidam com “bichos”.
Os outros, cheios de razão quanto à sua forma particular de usufruto animal não geradora de sofrimento para os ditos “bichos”, fingem ignorar que essa sua forma humana não mercantil é ínfima comparada com a indústria desumana da crueldade para com os animais.
Como já um outro comentador apontou como resultante de outras premissas, a solução estará na redução do consumo de produtos animais a um patamar muito abaixo do actual, onde prevaleça a simbiose e se erradique a crueldade.
Interessante é a pergunta: Se ser selvagem é (deveria ser) um direito dos animais, não ser selvagem não o é igualmente? Nem todos os animais, podendo escolher entre a liberdade selvagem ou a domesticação ao homem, escolhem a primeira. Bom assunto de reflexão sobre direitos dos “bichos”.
Celso Rodrigues.
 
Oixx pessoal,

para quem se interessa pelos animais no próximo dia 18/09/2004, com concentração a partir das 17h no Parque Eduardo VII - Lisboa, vai haver a 5ª Marcha Nacional Anti-Touradas e de Defesa Animal. Apareçam e tragam toda a gente que puder vir, pois este é o acontecimento de defesa animal do ano. Os animais precisam de todos.
 
O Espiral "Pretende ser um local de debate e esclarecimento entre essas perspectivas, não o quartel-general de uma delas pela exclusão das outras. Impedir de sentar à nossa mesa quem de nós discorda não contribui em nada para o pretendido debate, antes pelo contrário, conduz ao autismo sectário típico das concepções dominantes que procuramos questionar." Se analisarmos este argumento, parece-me então discriminação que este restaurante não inclua carne nos seus menus, "encarnando" assim um general ditador e autista alimentando apenas as suas ideologias, neste caso alias, as suas economias, visto que no fundo, ser coerente custa uns clientes a menos diariamente.

Lagarta_Feia
 
Embora em rigor a Macrobiótica tolere excepcionalmente carne nos seus menus, na prática raramente a aconselha (talvez apenas a esquimós...), ao contrário do peixe, aconselhado em várias circunstâncias entre nós. Sendo a Espiral um restaurante Macrobiótico e Vegetariano, faz todo o sentido dispor de menus macrobióticos e vegetarianos, mas não de menus fora dessas orientações, como os incluindo carne.
Parece-me óbvio... não será?
Afonso C.
 
Era mesmo bom este maracujá que acabei de comer.
 
outro anonymous ----> dizes isso porque nao provaste a manga e a banana que comi agora mesmo, huuuum estavam divinas.
 
Os extremismos cm td na vida, especialmente o da maioria dos veganos não levam a lado nenhum...
 

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